16:01

A Pintura

Publicada por Jonas Matos |

Pintar-te numa parede com uma cor que só eu possa ver – era o meu sonho.
Apaga de mim todos aqueles quadros minimalistas, sombrios e abstractos que, um dia, alguém se lembrou de pintar sobre mim.
Esbatia tudo na tua pele que um dia julguei ser nosso. Afinal, todas as minhas preocupações são entre o meu, o teu e o nosso.
Quer ver num quadro pequeno, que chega, uma amálgama encantada de cores, sorrisos, ternura, pele nua, teu pé descalço a brincar na areia e, no final, um beijo acesso retratado como um pormenor.
Depois, no meio do firmamento ou do Atlântico, as nossas mãos e só as nossas mãos a brincar conforme o vento nos leva. Assim, não poderemos dizer que nos estamos a tocar propositadamente
Tudo isto me levaria o medo, a saudade que magoa, que estrangula.
Pintem-me numa nova tela, uma tela branca e vazia.

22:13

Tornou-me mais forte

Publicada por Jonas Matos |

EU, hoje, já sei.
Não há mágoa, nem descontentamento, que o tempo não cicatrize.
Se eu amo, admito-o, e não admito que ninguém me censure.
A existência não acaba, eu estou impetuoso.
Não estava escrito, está tudo falado.
Se perguntarem por mim, todos aqueles que hipocritamente me desejam tudo de bom, digo-lhes – “está tudo bem, o que é passado, é passado, agora tenho um novo presente”, afinal, a culpa ou não foi de ninguém ou então foi sempre minha.

Quando me virem na rua, sorriam e continuem.

Tornou-me mais forte