20:20

Saramago e a Religião

Publicada por Jonas Matos |

Vivemos hoje um tempo de liberdade. Ou suposta liberdade. Facto é que, conquistadas as liberdades de Abril, 35 anos depois, vivemos um pouco a medo de dizer aquilo que pensamos com a noção que poderão haver represálias por parte de quem manda ou de quem pensa que domina.

Poucos são hoje as pessoas que dizem aquilo que pensam e os que lhes vai na alma. A eles chamamos-lhes, carinhosamente, maluquinhos. São eles Marinho Pinto, Manuel Alegre, Joana Amaral Dias, entre outros, e claro José Saramago. Curioso é o facto de todos estarem mais, ou menos, ligados à esquerda portuguesa, por vezes, bastante diferente da europeia, um pouco mais democrática.

Centremo-nos na questão inicial.
Saramago não é ateu. É simplesmente um anti-cristo, um anti-igreja católica, um autentico fanático da doutrina “A Religião é o Ópio do Povo” de Karl Marx, em suma, é um puro soviético, uma raça em vias de extinção. Devemos, só por isso e por muito que não concordemos com a ideologia politica, uma salva de palmas, porque não há ninguém ou muitos poucos que ainda acredite nos ideais soviéticos como Saramago.

A Igreja Católica e todas as minúsculas ou maiúsculas “Sub religiões e igrejas”, em tempos, fizeram atrocidades como as cruzadas. Porem, hoje não é preciso comprar guerras (estas mais verbais) como Saramago as comprou. Terá sido um golpe de Marketing? Se Sim, foi bom, mas demasiado ousado.

Os princípios católicos estão ainda demasiado presentes na cultura portuguesa, infelizmente. Precisamos de uma maior democratização da religião, seguindo o exemplo de Obama; precisamos de alguém como Saramago para começar com essa cisão, mas de forma mais moderada.

19:58

Bicharoco de lata

Publicada por Jonas Matos |


Em dez minutos de passeio, recordamo-nos de tudo um pouco que vivemos em quase dois anos.
Acompanhou-me naqueles pedaços de vida cruciais de um adolescente.
Não acredito quando amanha olhar para a rua e vir um vazio.
Nunca pensei em chorar por um carro, mas é verdade, agarrei-me tão fisicamente uma coisa física e material que nunca pensei que fosse tão difícil separar-me dela. Chorei tarde inteira e agora ainda solto umas lágrimas!
Parece-me que perdi alguém.
Às vezes penso que desenvolvi uma relação de amizade com ele.
Vou relembra-lo com carinho, e guardar tudo o que tenho dele na caixinha das recordações.
Até um dia, Peugeotzinho.

18:19

A subtileza das coisas inúteis

Publicada por Jonas Matos |

Às vezes, descobrimos coisas que não queremos descortinar.
Por vezes, vemos coisas que pensamos que não estamos a contemplar.

Sentir que, de alguma forma, temos uma sombra atrás de nós, uma espécie de carrapato, de todas as nossas acções pode tornar-se dramático.

Parecer que cada acção nossa é reproduzida meticulosamente e aperfeiçoada de forma "arcaica", assusta.

Olhar para os nossos amigos, que são únicos e conquistados por nós, e ver que essa sombra tenobra se converte amigo deles, é estranho.

E depois, quando perguntamos o porquê...
Há uma reposta... – “não sei”.

Não sei se é vingança, imitação ou admiração.

Será esta a subtileza das coisas inúteis?

14:07

“O Guardador de Rebanhos”

Publicada por Jonas Matos |

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
A parte IX do poema “O Guardador de Rebanhos” é das composições poéticas que mais me interesso por estranhar a estrutura do segundo verso da primeira estrofe, “O rebanho é os meus pensamentos” e, também, por achar curioso alguém ser um guardador de rebanhos que, na realidade, são pensamentos. Ser um guardador de pensamentos é uma ideia singular.
Surgiu-me, de imediato, a máxima de Descartes Cogito ergo sum – “Penso, logo existo”, em oposição à máxima criada pelo cientista português, António Damásio, “Sinto, logo existo”.
Em Alberto Caeiro, Fernando Pessoa mostra que já estava à frente do seu tempo, dado que, de uma forma indirecta, punha já em causa as teorias classicistas. Aliás, Caeiro é, na minha opinião, o mais interessante dos três heterónimos de Pessoa, ou até mesmo do próprio Pessoa, pois realça a natureza, chama a atenção para a realidade que nos é transmitida através dos nossos sentidos e vive essa realidade tal como ela é, sem juízos de valor.
Sob uma aparência de simplicidade, esta composição poética tem uma grande riqueza de conteúdo.

17:43

Porque...

Publicada por Jonas Matos |

Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não.
Porque os outros usam a virtude. Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados. Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem. E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos. E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
por Sophia De Mello Breyner Andresen In Mar Novo (1958)
.
.
Sinto-me intensamente identificado com a crítica social que este poema contém.
Na sociedade há os mascarados de virtudes que na penumbra cometem as maiores atrocidades. Há os corajosos que tremem na solidão das suas vidas. Há ainda aqueles que só vivem das aparências maquilhados de hipocrisia.
Mas, na sociedade, também há os que lutam por ideais e vêem no seu semelhante a continuação da sua própria existência. Este poema retrata a sociedade em que vivemos, onde em nome da competição, vale tudo.
Sophia é uma verdadeira analista da realidade social conturbada, onde cada vez a solidariedade, o afecto, o carinho estão mais arredados e o individualismo cresce a um ritmo alucinante.

13:04

As preocupações

Publicada por Jonas Matos |

Por norma, as coisas que nos preocupam, não acontecem.
Tentamos com esforço procurar respostas, mas sem nunca termos localizado o problema.
Sobre o fim, qualquer que seja ele, não há fim. Tudo é eterno, as preocupações também.

21:09

O que foi, o que é, e o que será

Publicada por Jonas Matos |

Vamos fingir que nos entendemos.
Vamos fantasiar que até sabemos como dizer as coisas bem.
Vamos imaginar que soubemos viver.
No final, damos por nós sem saber o que foi, o que é, e o que será.

15:24

Ponderação de Factos

Publicada por Jonas Matos |

Pus-me a pensar cá com os botões – se segunda-feira não tivesse ocorrido o circo mediático cujo palhaço principal foi Cristiano Ronaldo; e se na terça não tivesse ocorrido o último grande espectáculo pós morte de Michael Jackoson o que teria sido de Portugal?
Tendo em conta que a Comunicação Social tem por hábito dramatizar as questões de saúde, com a quantidade de casos a emergir cada dia, “o belo do excelente” jornalista português, (em suma) o sensacionalista, teria logo ido buscar a história da vida das vitimas da gripe, dos familiares, dos colegas de trabalho, e de toda uma panóplia de hipóteses coerentes e absurdas que só iriam originar o caos.
Faço público que um dia quero ser jornalista.

23:33

Gripe A Ou Gripe H(istérica)?

Publicada por Jonas Matos |

Em Portugal tem vindo a ser confirmados, em média, 5/7 casos por dia de Gripe Suína. O que faz ao todo, 70 casos, mais coisa menos coisa.
Tendo em conta que só 10 desses casos estão em observação hospitalar, os restantes 60 já estão no activo, isto é, a trabalhar ou nos seus afazeres, para que tanto histerismo mediático?

22:40

Trabalho - A integração da Pessoa Deficiente

Publicada por Jonas Matos |


“A integração das pessoas com deficiência não é da competência exclusiva do Estado, sendo igualmente da sociedade no seu conjunto e de todos os seus membros, seus representantes e instituições”[1].
“É cada vez mais importante o papel da iniciativa privada, no que diz respeito à defesa dos direitos fundamentais do ser humano com incapacidades, sejam de foro físico ou psíquico, tendo em conta que o Estado continua a não assumir toda a sua responsabilidade no atendimento adequado aos deficientes”[2].
Estas duas citações referem as entidades que têm responsabilidade na integração social do deficiente.
A pessoa com deficiência tem de deixar de ser vista segundo a ideia estigmatizada da pessoa deficiente como um “ser inferior”, mas antes como um indivíduo que tem participação plena na sociedade. A pessoa deficiente é um indivíduo dotado de direitos e deveres, pelos quais reivindica, como produto da própria sociedade.
No momento presente, há várias associações[3] que têm como principiais objectivos a luta por uma lei não discriminatória, ou seja, uma lei que permita ao deficiente ser reconhecido pelo seu “potencial” como qualquer outro indivíduo social.
Estas associações procuram consciencializar e encaminhar[4], quer a pessoa deficiente, quer os que fazem parte das suas relações interpessoais; contestam a legislação vigente[5], mediante os problemas postos pelas pessoas com deficiência; integram o deficiente na sociedade, veiculando, deste modo, a ideia de que a sociedade tem a obrigação de se adaptar a todos os indivíduos; facilitam a comunicação entre deficientes, bem como entre estes e as famílias, instituições e, sobretudo, entre os membros da sociedade em geral[6]; e por fim, empenham-se em destruir as barreiras arquitectónicas que dificultam a integração social do deficiente[7].
Para melhor entender o papel destas associações, torna-se necessário referir que existem dois tipos de associações:
- Associações de deficientes, que têm como objectivo informar, encaminhar, consciencializar, reivindicar toda a problemática do deficiente. Neste tipo de associação os lugares de destaque – presidente, vice-presidente e tesoureiro – são ocupados por deficientes[8].
- Associações para deficientes, nas quais os elementos da direcção são, por hábito, familiares chegados a pessoas com deficiência ou indivíduos que lidam e têm especial interesse por deficientes. São associações vocacionadas para indivíduos com uma deficiência específica[9].
Se é ao Estado que cabe um dos papéis essenciais no processo de reabilitação[10] das pessoas com deficiência, este não tem respondido às expectativas das instituições competentes[11] que tem apresentado propostas de legislação. O Estado tem sido alvo de criticas por parte dos intervenientes nestes processos que alegam que os direitos dos deficientes, enquanto cidadãos, não estão a ser considerados, mesmo quando já há legislação[12]. O Estado e os sucessivos governos e outras instâncias oficiais são mesmo acusados de falta de sensibilidade na abordagem dos problemas dos deficientes[13], quer pelo não cumprimento da legislação, quer pela sua ausência em determinadas áreas. Não é de todo inoportuno referir que a Constituição da Republica Portuguesa, desde 1976, obriga o Estado a respeitar qualquer tipo de deficiência[14].
O único elo de ligação entre estas associações e o Estado é o Secretariado Nacional de Reabilitação (S.N.R). Aliás, está previsto na legislação[15], para além da intervenção do Estado, a sua ligação com as instituições[16]. O Estado, com a colaboração do Secretariado, delibera sobre os diversos aspectos que se referem às pessoas com deficiência, tais como, educação, saúde, orientação e formação profissional, emprego, tratamento e ajudas terapêuticas, integração social e meio ambiente (acessibilidades, transportes, habitação, comunicação), protecção social, económica e jurídica e informação[17].
Uma das temáticas mais polémicas referentes à integração do deficiente é a das acessibilidades. A existência de barreiras físicas (nos transportes públicos e nas formas arquitectónicas dos edifícios, por exemplo), dificultam a vida aos cidadãos, constituem um grande obstáculo à integração profissional e social das pessoas com deficiência, limitando o seu acesso à igualdade de oportunidades a que têm direito.
O Estado, em colaboração com S.N.R., no âmbito do projecto de acessibilidades[18] pretendeu sensibilizar a sociedade civil (com prioridade para os agentes sociais responsáveis e intervenientes em matéria de construção e de transportes), para a importância da adopção de medidas nestas áreas, de modo a permitir a plena integração das pessoas portadoras de deficiência na vida activa e, assim, promover também a melhoria também da qualidade do atendimento aos utilizadores dos transportes. Quis igualmente contribuir para a existência de um conjunto de técnicas especializadas em matéria de acessibilidades responsabilizando, sobretudo, as universidades e autarquias. Por fim, divulgou medidas de ordem técnica sobre eliminação de barreiras arquitectónicas como instrumento de desenvolvimento de projectos de arquitectura e urbanismo numa perspectiva de acessibilidade para todos, independentemente de terem ou não deficiência[19].
Apesar de todas as medidas tomadas com o objectivo de promover a integração dos deficientes, as reivindicações destes vêm já desde 1976[20]. Como se constata, os acessos a edifícios públicas ou privadas e transportes públicos não é fácil e continua sem resolução. De tal modo que, no que diz respeito a transportes públicos, continua a ser necessário o recurso ao automóvel, constituindo o direito ao acesso a transportes públicos uma das maiores lutas associativas perante o estado[21].
Em 1984, foi publicada legislação contendo os parâmetros das acessibilidades. No entanto, após a publicação[22], esta legislação foi suspensa por motivos económicos, alegou o governo vigente. Em 1986, surge, então, uma recomendação sobre a tão desejada legislação[23].
Tendo tudo em consideração, conclui-se que muito há ainda a fazer para que todos os deficientes tenham acompanhamento específico para as particularidades da sua deficiência e se sintam integrados na sociedade.
Por integração compreende-se “a entrada ou incorporação num conjunto”[24], o que significa, em Sociologia, ser aceite como cidadão de pleno direito de um grupo do qual se estava excluído. É um processo lento, simultaneamente individual e colectivo que corresponde à adaptação a um novo modo de vida de um colectivo que pode não ser idêntico ao seu meio[25], isto significa que há uma combinação entre os dois, podendo, por isso, ser enriquecedor ou traumatizante para o indivíduo. A classe política, por muitos esforços que tenha vindo a fazer, mostra-se ataráxica, até porque agiu tardiamente, em relação ao resto da Europa e de uma forma desadequada em relação às necessidades.
Nesta linha de pensamento, é inevitável abordar a discriminação. De facto, a sociedade só admite existir discriminação relativamente a grupos pertencentes a outra raça, sexo, orientação sexual, língua, religião, origem territorial ou social, não abrangendo a discriminação de pessoas portadoras de deficiência. A discriminação do deficiente é difícil de conceituar, na medida em que, se por um lado pode ser passiva, (faz-se transparecer uma igualdade formal que não tem em conta à situação real de desigualdade), por outro lado, aparece de uma forma mais activa (como é o caso da intolerância)[26].
Numa última análise, acredito que muito ainda se pode fazer em relação à integração das pessoas deficientes na sociedade. A vontade política e a dos comuns cidadãos têm que se unir num todo contínuo, que permita, a cada pessoa portadora de deficiência, ter voz activa na sociedade. É imperioso desmistificar a ideia ainda enraizada na nossa sociedade que o deficiente é um ser inferior.
Todos temos o direito à diferença. Não se pode esquecer o slogan da campanha da Amnistia Internacional de que somos “Todos Iguais; Todos Diferentes”.
[1] C.f. VÁRIOS AUTORES, 1992, pág. 47
[2] C.f. VÁRIOS AUTORES, 1994, pág. 58
[3] Associação Portuguesa de Deficientes; Associação de Deficientes das Forças Armadas; Cooperativa para a Educação e reabilitação de Crianças Inadaptadas de Lisboa e Centro de Inovação para Deficientes
[4] Ver Anexo III, págs. 37 e 38; 43-47; 53 e 54
[5] Ver Anexo II, págs. 26-36
[6] C.f. VÁRIOS AUTORES, 1992, pág. 66
[7] Ver Anexo III, págs. 27-44
[8] Ver Anexo III, págs. 37 e 38; 43-47; 53 e 54
[9] Ver Anexo III, págs. 37 e 38; 43-47; 53 e 54
[10] Reabilitação: “[…] é um processo global e continuo destinado a corrigir a deficiência e a conservar, desenvolver ou a restabelecer as aptidões e capacidades da pessoa para o exercício de uma actividade considerada normal. […] Envolve o aconselhamento e a orientação individual e familiar, pressupondo a coperação dos profissionais aos vários níveis sectoriais e o empenhamento da comunidade” in Legislação para o Deficiente, Politica de Reabilitação, Volume I, 1995.
[11] Todas as Instituições de Solidariedade Social cujo objecto afecta os deficientes.
[12] Ver Anexo II, págs. 26-36
[13] Ver Anexo II, pág. 29
[14] C.f. MIRANDA et al, 2006, pág. 75
[15] Ver Anexo II, pág. 32
[16] Ver Anexo II, pág. 30-33; Anexo III, págs. 37 e 38; 43-47; 53 e 54
[17] Ver Anexo II, pág. 32
[18] Projecto ainda por concretizar (desde 1996)
[19] C.f. VÁRIOS AUTORES, 1992, pág. 2-6
[20] C.f. CRESPO, 1979, pág. 12
[21] Ver Anexo II, pág. 33
[22] Ver Anexo II, páf-30-33
[23] Ver Anexo II, págs. 30-32 e Ver Anexo IV, págs 66-68.
[24] C.f. MAIA, 2008, pág. 209
[25] C.f. AGUIERRE BELTRÁN, 1982, pág. 34
[26] C.f. BOUDON, 1995, pág. 103

22:31

Trabalho de Pesquisa - O Sorriso

Publicada por Jonas Matos |

O poema de Eugénio de Andrade (já referenciado no Blog) explana uma das formas mais significativas das emoções. O sorriso é, de facto, a expressão maior dos nossos sinais emocionais não verbais[1].
As emoções são sentimentos que têm, por norma, elementos psicológicos, fisiológicos e cognitivos que actuam no nosso comportamento. Demonstram-se para nos preparar para a acção, adaptar para o futuro, regularizar a interacção social e podem ser exemplificadas sob a forma de expressões faciais que cada um produz e que representam o principal meio de comunicação de estados emocionais.[2].
O sorriso, o meu ponto de interesse de momento, é um dos comportamentos não verbais da expressão das emoções, que estabelece uma indispensável maneira de as comunicarmos[3].
O sorriso, como canal individual, leva uma mensagem que poderá ou não estar relacionada com a que é transmitida pelos outros canais[4] (piscar o olho, levantar o sobrolho, torcer o nariz, entre outras) ou até mesmo pelo indivíduo que a está a recepcionar.
Numa concepção mais teórica, é questionável se o sorriso pode ser considerado um canal individual de representação da emoção universal.
Acredito que o seja, na medida em que são vários os povos de culturas e religiões distintas que demonstram a sua emoção positiva de alegria[5] na forma de um sorriso, activando, assim, um conjunto de impulsos nervosos que permite que a zona facial inferior se mova para demonstrar essa expressão[6].
Este sinal emocional – o sorriso – constitui também um sistema de ligação precoce que permite ao bebé, levar o adulto a interessar-se por si e, assim, obter as respostas necessárias ao bem-estar e à sua sobrevivência[7].
Mesmo quando já adquirida a linguagem ou outros meios já elaborados de interacção[8], qualquer criança (e também alguns adultos) numa situação extrema de emoção, quer positiva (amor, alegria, atracção, estima), quer negativa (raiva, tristeza, medo)[9], recorre às emoções não verbais para assegurar uma comunicação expressiva imediata desse mesmo estado.
O sorriso faz ainda parte da componente expressiva da emoção que tem, mais no âmbito sociológico, uma função social importante, pois é com o sorriso que se atinge uma outra forma de comunicação – a simpatia – e, assim, através do conjunto de expressões faciais fica-se a conhecer melhor o estado do indivíduo[10].
Numa abordagem mais pessoal e reflexiva, considero que o sorriso é uma manifestação tipicamente humana que envolve uma das expressões faciais mais frequente em cada um de nós. Como uma representação física de uma emoção, o sorriso funciona como um meio de comunicação entre os indivíduos. Facto é que, na convivência social, o sorriso alivia tensões, facilita as relações, gera confiança. Daí que uma pessoa sorridente se torna, aos olhos dos demais, numa pessoa simpática, atraente e cativante.
Nesta perspectiva, compreende-se a dimensão psicológica do poema “O Sorriso” de Eugénio de Andrade. “O sorriso foi quem abriu a porta” é uma metáfora; é como se dissesse que foi com um sorriso que nascemos [o abrir da porta], ao mesmo tempo que “Correr, navegar, morrer naquele sorriso” significa o desenvolvimento do ser humano e, a sua morte, sempre com um sorriso, como refere o psicólogo Freitas-Magalhães[11].
[1] C.f. MONTEIRO e FERREIRA, 2006, pág. 68
[2] C.f. FELDMAN, 2001, págs. 344-348 e 353-357
[3] C.f. FELDMAN, 2001, págs. 353 e 356
[4] C.f. FELDMAN, 2001, pág. 353
[5] C.f. FELDMAN, 2001, pág. 354
[6] C.f. FELDMAN, 2001, pág. 356 – De acordo com o programa da expressão facial in “Facial expression and Emotion” (1994)
[7] C.f. MONTEIRO e FERREIRA, 2006, pág. 68
[8] C.f. MONTEIRO e FERREIRA, 2006, pág. 68
[9] C.f. FELDMAN, 2001, pág. 346
[10] C.f. MONTEIRO e FERREIRA, 2006, pág. 73
[11] “"O sorriso é vida: nasce, desenvolve-se e morre connosco..." in http://jpn.icicom.up.pt/2008/01/03/o_sorriso_e_vida_nasce_desenvolvese_e_morre_connosco.html

16:01

A Pintura

Publicada por Jonas Matos |

Pintar-te numa parede com uma cor que só eu possa ver – era o meu sonho.
Apaga de mim todos aqueles quadros minimalistas, sombrios e abstractos que, um dia, alguém se lembrou de pintar sobre mim.
Esbatia tudo na tua pele que um dia julguei ser nosso. Afinal, todas as minhas preocupações são entre o meu, o teu e o nosso.
Quer ver num quadro pequeno, que chega, uma amálgama encantada de cores, sorrisos, ternura, pele nua, teu pé descalço a brincar na areia e, no final, um beijo acesso retratado como um pormenor.
Depois, no meio do firmamento ou do Atlântico, as nossas mãos e só as nossas mãos a brincar conforme o vento nos leva. Assim, não poderemos dizer que nos estamos a tocar propositadamente
Tudo isto me levaria o medo, a saudade que magoa, que estrangula.
Pintem-me numa nova tela, uma tela branca e vazia.

22:13

Tornou-me mais forte

Publicada por Jonas Matos |

EU, hoje, já sei.
Não há mágoa, nem descontentamento, que o tempo não cicatrize.
Se eu amo, admito-o, e não admito que ninguém me censure.
A existência não acaba, eu estou impetuoso.
Não estava escrito, está tudo falado.
Se perguntarem por mim, todos aqueles que hipocritamente me desejam tudo de bom, digo-lhes – “está tudo bem, o que é passado, é passado, agora tenho um novo presente”, afinal, a culpa ou não foi de ninguém ou então foi sempre minha.

Quando me virem na rua, sorriam e continuem.

Tornou-me mais forte

17:02

A Mente e O Corpo

Publicada por Jonas Matos |

Uma vez conquistada a mente, a forma do corpo deixa de ter qualquer importância.

21:43

SEXO, AMOR, PRAZER, EXERCICIO, PODER

Publicada por Jonas Matos |

O sexo é mais do que prazer, é poder.
Deixemo-nos de aspectos que mais nada são do que moralistas. SEXO de facto é bom, quer lhe chamemos AMOR, PRAZER, EXERCÍCIO. Eu chamo-lhe PODER.

O obsessivo não esquece, simplesmente alimenta a sua dor de não ter quando quer.

As minhas suspeitas tornam-se certezas, o grande mal do mundo são os humanos.

Poupem-me à psicologia de pacotilha.

22:29

O Sorriso

Publicada por Jonas Matos |

Creio que foi o sorriso,
0 sorriso foi quem abriu a
porta.
Era um sorriso com
muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa,
ficar
nu dentro daquele
sorriso.
Correr, navegar, morrer
naquele sorriso.

Eugénio de Andrade in Variações sobre um supro (1979)

20:39

seco-te o corpo molhado e aconchego-te de mansinho

Publicada por Jonas Matos |

Lembro-me tão bem dos primeiros dias em que, ingenuamente, passámos juntos.
Não sabíamos de todo o que viria aí. Se mais uma relação precária de meia dúzia de dias, se de facto algo mais serio e fascinante.
Deste logo senti uma empatia parva por ti. Talvez pela luminosidade dos teus olhos, talvez pela luz crescente o teu sorriso aberto para mim e para o mundo. Não sei, talvez hoje, nem mesmo amanhã, queira saber. Sei que gosto de ti, sei que gosto de nós.
Mais de 30 dias já passámos juntos, vivendo aquilo que talvez eu nunca tenha vivido com mais ninguém - não é isto pela minha falta de experiencia ou pela minha humildade hipócrita que nos habituaram a ser é por este meu jeito estúpido de ser

Agora, só me apetece dizer – seco-te o corpo molhado e aconchego-te de mansinho.

22:08

Perdoar-me

Publicada por Jonas Matos |

Nunca fui, talvez um dia serei, uma pessoa dada ao carinho e ao mimo constante. De facto, não sou dado a constâncias, nem a rotinas parvas de uma vida comum a tantas outras. Por vezes, é verdade, sou forçado a ser um normalizado.
Não penses que é por este mesmo estado de reverência é porque simplesmente gosto de ser assim. Não sou desta maneira “fria” simplesmente para ser diferente, sou assim, porque o sou, e é desta maneira que me faz ser único e especial para ti.
Perdoa-me pela minha ausência terna e pela minha capacidade ilusória racional que tento transmitir não só aos comuns, mas também aos íntimos. Talvez não seja só a ti que me deva resignar.

Publicada por Jonas Matos |

Não será utópico dizer que, de verdade, somos novos, mas andamos a viver como graúdos. Não é de todo mau, bem antes pelo contrário.
Pode ser pelo inicio da paixão, pode ser pelo começo de um novo rejuvenescimento, até pode ser por nada e por ser tudo.
A nós juntou-se já o Bambu bar, o Manga Rosa, e todos os outros momentos inesquecíveis que, sempre vivemos.
Vamo-nos ainda ser mais.

22:08

“Tomtom”

Publicada por Jonas Matos |

“Tomtom” levou-me a ti.
Afinal, não és só tu que fazes surpresas, se bem que as tuas são bem mais rebuscadas.
Não me contentei com a perseguição frustrada ao teu autocarro, e dos excessos de velocidade na Vasco da Gama para depois ainda te fazer esperar, cortando assim um pouco do efeito surpresa, em Sete Rios. Às 11h30 estava à porta de tua casa. “Make me glow” eram as palavras melódicas que se ouviam sair da tua janela de casa. Afinal, hoje como sempre, fizeste-me

09:56

5 e 6 de Abril

Publicada por Jonas Matos |

Não acreditei naquele telefonema meio atrapalhado entre a falta de rede e a incredulidade com que ouvia as tuas palavras.
Nunca pensei que viesses ter comigo.
Ponte de Sôr, Galveias são mais dois locais onde nos soubemos viver.
Assim só porque te quero ser mais.

23:02

03/04/2009

Publicada por Jonas Matos |

Não basta ser conquistado, tem-se também que conquistar, demorei o meu tempo a entender. Contigo aprendi.
Não me interessa o nosso passado, interessa-me o presente, com uma perspectiva de futuro.
Almoços, Jantares, Lanches, Pequenos-almoços, Belém, Chaido, Baixa, Carcavelos, Parede, Cascais, Tires, Cacilhas, Almada, Marisol, Fonte da Telha, CnC, Armazéns do Chaido, Adamastor, Starbucks, Mc Donalds, Chacazul, Boa Onda, C.P., Transtejo, Carris, Peugeot 306, Bairro Alto, Purex, Friends, M.L., Chocolate, Britney, Nelly, Poker face, Do it (magic colours), Loose, Evanescence, Mama Mia, Sic Mulher, dormir agarrados, …
Quero tudo isto. Muitas mais vezes e com outras coisas.
Se em tão pouco tempo já fizemos tanto, o que será daqui para a frente?
Porque te gosto, porque te adoro, porque te quero ser mais…

22:38

27/03/2009

Publicada por Jonas Matos |

Talvez tenha sido o dia que nos últimos dias me senti mais próximo de alguém.
Senti aquela boa necessidade de estar próximo de ti, de absorver o teu cheiro e tudo aquilo que está inerente ao espírito do teu corpo. Gostei de sentir a tua pele macia que carrega tudo aquilo que és e que um dia, para breve, também quero ser.
Sinto-me petiz nesta paixão já um pouco mais do que imaterial.
Adoro que me beijes sem me aperceber, ou que me fales ao ouvido, baixinho, prometendo-me tudo aquilo que eu quero ouvir.
Sinto-me feliz em saber que tenho ainda em mim o teu cheiro, sinto-me feliz por saber que já tenho um bocadinho de mim em ti.

22:08

Ser teu

Publicada por Jonas Matos |

Não saberia dizer-te ao certo se alguma vez iria mudar de opinião tão depressa em relação um assunto que me é caro.
Hoje, quero amar-te. Amar-te incansavelmente e saber que, no final de um dia de calor e de sol ou de chuva e frio, eu serei teu. Acredito que, no teu próprio mundo, pensas que me gostas e que eu te gosto.
Sinto necessidade de pensar que não sou mais uma das tuas peripécias ou da libertinagem carnal.
Quero ser só teu.
Quero sentir que o meu toque em ti não é um repouso noutro qualquer sítio.
Quero sentir um beijo teu com o teu espírito.
Quero cercar-me dos teus chochos e enleios, sem sofrer a relutância de ficar.
Quero ver-te perto de mim.
Quero aproximar a cabeça do teu peito e sentir o teu cheiro, quase desconhecido.
Saudades dos teus olhos e do suspiro que sussurra.

22:19

Eu era puto

Publicada por Jonas Matos |

Sinto falta dos momentos em que pensava que as incertezas eram certezas absolutas.
Sofro pela mágica dos chochos que significavam juras fieis de um amor autêntico e intenso.
Quero aqueles “chi-corações” que me enchiam de um lufada só, pois tinha a firmeza de uma mão quente quando me limpavam a lágrima cálida e salgada que me corria pela cara.
Eu era um puto.
Pareço que me consumi em mim próprio. Soltei as feras e, parvo, fiquei estupefacto a olhar para elas deixando-me que me comessem.
Se há dias nos beijávamos loucamente cientes de que algo iríamos construir, como se fossemos putos – tínhamos as cachinadas, os saltos, os guinchos, a consonância – agora estamos asfixiados na questão dúbia de quem realmente somos.
Perdemos os últimos parágrafos do nosso conto de fadas, entramos no mundo encantado das mentiras certas, no qual o Pinóquio passou a ser o juiz.
Quero-te de volta, não para mim, para ti mesmo.

20:09

Destruidor de Sonhos

Publicada por Jonas Matos |

Sou um destruidor de sonhos.
Podem-me chamar horrendo, não me importo.
Sinto falta de uma noite de sexo, de amor, ou de prazer, chamem-lhe o que quiserem, não passa de uma mistura de fome e de sede que quero saciar.
Fartei dos beijos carinhosos e dos abraços que me sufocavam. Quero outra coisa.
Sinto falta que me agarrem na porta de um carro, onde me faço de ingénuo, e não percebo o que está acontecer. Simplesmente quero corromper os teus olhos de tanto prazer carnal e levitar de tanto desejo.
Quero que as minhas mãos suadas escorreguem no teu corpo húmido onde já não sabemos qual é a transpiração de cada um, afinal, é nossa.
Quero comer e ser comido por dentro e por fora.
Estou farto da monotonia do Amo-te repetitivamente usado e da constante hierarquia de palavras até chegar lá.

21:35

Realidade

Publicada por Jonas Matos |

Há tantas canções no universo vazio.
Há demasiadas asas no vendo distante.
Tantos espíritos que quero pô-los para trás.
Cada um deles pode ser teu, cada palavra pode ser a tua verdade.
Ou a minha mentira.

Esta é minha realidade.
Tu és parte de mim,
Cada palavra que nada mais é o do que um gesto de saudade.
Em qualquer da palavra que eu veja, vejo-te a ti.

09:03

Estado

Publicada por Jonas Matos |

O álcool dá-nos uma perspectiva da realidade. Pode ser ténobra, nublada, mas mais autêntica, ingénua e genuína que possamos ter.
Sinto-me numa imensa necessidade de ficar neste estado.
Eu não sei seguir em frente, afinal nunca deixei nada para trás, pelo menos assim acho.

21:12

Preliminares

Publicada por Jonas Matos |

Estes são os preliminares de um livro ainda sem começo.
Creio que, cada vez mais, sou um ser que não sabe amar, que não se sabe apaixonar. Não me apaixono facilmente.
Senti por ti uma forte empatia que se prolongou por uns dias de forma mútua, mas depressa se desmoronou num súbito desinteresse teu. Há quem não ligue às mensagens, eu ligo; há quem não apegue aos telefonemas, eu apego-me; há mesmo quem pense que um conhecimento numa noite escura de flashes, luzes, droga, álcool e música alta seja apenas isso. Contigo e comigo não foi – pelo menos para mim. De facto senti logo que poderíamos ser alguma coisa – amigos, porque não?
Devido à minha falta de coragem não meti conversa, parece que senti uma inspiração divina – “Se sentir o mesmo que estás a sentir, vai conseguir chegar a ti” – facto é que conseguiste. Depois daquela conversa num jardim, onde crianças brincavam, velhotes passeavam e adolescestes se drogavam, fizeste-me sentir especial dado que é raro fazeres aquilo que fizeste comigo, dizes tu.
Combinámos outro encontro, desta vez uma coisa mais íntima, pensei eu, pensas tu. O problema é que eu levei o encontro num sentido, tu levaste noutro. Além do atraso, de pressa foste-te embora, dizendo apenas que já tínhamos entrado num intimidade que tinha que acabar. Acordei-te uma vez, fui almoçar contigo outra vez e fui ao cinema contigo outra vez – intimo? Não. Amizade? Um começo acelerado talvez.
Parece que esqueceste quando, por uma razão ilógica, me disseste mal de um amigo, que te ouvi, sem ripostar, aconselhando-te até num já de ser mais do que tu és realmente para mim.
Agora sinto falta das tuas mensagens começadas por “Mr. Jones”, perguntando-me mil e uma coisas sobre a minha vida. Sinto falta do bom dia e da boa noite – coisas que me acostumei de tal forma numa semana que hoje dou por mim constantemente olhar para um telemóvel como se fosse a minha única forma de vida.
Sinto-me nos antípodas da vida, coisa rara em mim – triste ou alegre; conflituoso ou social. Tudo isto porque depositei em ti a minha tábua de salvação? Que culpa tenho eu de o teu relacionamento anterior ter sido longo, ter acabado mal, e de tu não superares isso? Eu não tenho culpa. Não tenho culpa de me teres dado aquela esperança mínima de me apaixonar por ti. Porque me a deste?

21:01

Deixar de Existir para viver

Publicada por Jonas Matos |

Não sei se é do calor parvo que vem e volta que sinto aquela necessidade de acordar ao lado de alguém. Alguém que eu sinta que goste de mim, alguém que eu também goste. Tenho essa pequena grande dificuldade de não conseguir ainda no auge dos vinte conseguir exprimir aquilo que sinto.

Afinal, quero fazer mais do que existir, quero viver.

12:30

Sonhos

Publicada por Jonas Matos |

Trocamos os sonhos por qualquer merda.
Porquê?
Temos que ser putas para a concretização de sonhos?
Ou Viveremos apenas das angustias banais de uma vida normal?

20:44

A mensagem

Publicada por Jonas Matos |

Mandei uma mensagem dizendo que sentia vazio. Disseram-me que me sentia assim porque queria – “Afinal sempre tivesses-te alguém a correr atrás de ti”. Perguntei quem era essa pessoa porque nunca me tinha apercebido que nenhuma das pessoas dos relacionamentos se sentia atraída por mim. Respondeu-me dizendo “Sou eu. Ainda gosto de ti, mas fartei-me de correr numa maratona sem fim”. Nunca me apercebi de tal – sou te sincero. Desiludi-te por ter alguém no momento e agora não corres atrás mesmo eu te pedindo que me conquistes. Quem gosta, gosta. Eu não sou puto de conquistar alguém, prefiro que me conquistem, quer forçadamente ou naturalmente.

18:58

Resposta

Publicada por Jonas Matos |

A saudade vem e volta. Afinal, eu tirava-te apenas a solidão, mas não te fazia companhia.
A originalidade morreu a partir do momento em que me disseram que o amor não é mais do que uma disposição psicológica que me impuseram quando ainda nem pensar sabia.
O medo de te cruzares comigo é inútil. Sou aquele ser tão pouco maléfico que sempre fui.
O meu desinteresse natural é só a minha forma apática de não ligar ao comum de todos nós, materializar tudo aquilo que sente e toca.

Sabes onde estou.

19:05

Nota Introdutória - O Novo Livro

Publicada por Jonas Matos |

Afinal, tudo isto não foi mais do que um momento estúpido de uma saudade em que nem tudo foi ponderado. Positivista o quanto basta, lembrei-me só dos escassos bons momentos que passei contigo. Deixei escapar uma série de boas oportunidades de ser feliz pela angústia idiota de ver que tudo poderia repetir. A última, aquela em que senti que realmente gostavam de mim, foi-se pela minha indisponibilidade física e mental. Não te sintas cúmplice desta situação – não és tu a causa disto como eu sei que tanto gostarias de ser – a culpa é minha por não ser bom com as palavras, não ser bom com os meus sentimentos. Peço desculpa a quem me amou e eu, no meu jeito tão atrapalhado de ser, não consegui amar da maneira que queria. Sou assim.

21:48

Capitulo II – O Fim

Publicada por Jonas Matos |


A linha infinita do comboio, o barulho silencioso do fumo do meu cigarro, a cara cinzenta das pessoas que, como eu, esperavam por mais uma viagem quotidiana, levou-me a pensar que tudo o que se viveu foi em vão. Apaguei de mim tudo aquilo que lembrei ter teu de momento. O número de telemóvel, a aninha que carinhosamente lhe chamávamos aliança, o teu cheiro, a tua comodista e interesseira forma de agires que até lhe chamavas vida.
Estou a escrever um novo livro, um livro que começou em branco, sem nada escrito, um livro que não quero terminar, um livro que quero que seja tão atípico quanto eu sou.

21:16

Afinal não há amor como o primeiro

Publicada por Jonas Matos |

Se há muito não pensava em ti, hoje acordei com aquela estranha sensação de que tinhas dormido ao meu lado. Sonhei contigo. Acredita que por muito que tente querer-te odiar, há sempre a parte mágica tua que prevalece em mim. Ando a pensar em ti não é pela saudade dos maus momentos nem pela nostalgia da infidelidade verdadeira na qual nunca quis acreditar (até um dia a ver). Vejo em alguém que hoje se torna chegado, a tua expressão doce, a tua maneira meio atrapalhada e lunática de encarar a vida. Não consigo perceber. Penso que, no fim de quase um ano de fim de namoro, te tinha completamente esquecido; revivo-te outra vez, a cada momento, por um estúpido sonho, por uma estúpida comparação a outra pessoa. Metes-me nojo por ainda estares em mim, arrepias-me por pensar que eu não posso ser mais por causa de ti; pensar que, por a mínima coisa que seja, me possa apaixonar por esse alguém, pensando que és tu. Chorei, e hoje voltei a chorar. Como alguém me disse – “porra mas onde anda a tua dignidade?”
Afinal, não há amor como o primeiro.

20:57

"The dream comes true"

Publicada por Jonas Matos |

Não faz de todo o meu género fazer qualquer tipo de manifesto político em público.
Facto é que de hoje em diante, o mundo não será o mesmo.
Não só pela cor em si, mas sobretudo, pela atitude humilde e tolerante com que Obama se apresentou às americanos e ao mundo.
Esqueceu as câmaras, olhando de cabisbaixo para todos os americanos, cerca de 2 milhões, que ao frio, o queriam ouvir.
Obama foi objectivo, concreto e, em vinte minutos, disse mais (não interesse agora se vai cumprir) do que qualquer político contemporâneo diz numa sessão solene de abertura de uma nova era politica.
Todos estamos presentes numa nova etapa mundial que podemos dizer aos nossos filhos e netos que a vivemos. Num mundo onde o preto há 50 anos ainda era considerado lixo, temos hoje o mesmo preto presidente de uma grande nação. Luther King deve estar onde ele estiver a rir-se – “I’ve a Dream” – Sonho concretizou-se. Afinal, Obama e todos nós que acreditamos na mudança conseguimos – “Yes We Can”.
Mesmo sendo considerado um homem para desiludir, eu enquanto europeu, confio nele; se fosse americano confiaria també.

O sonho tornou-se realidade.

23:24

Louco, sou eu

Publicada por Jonas Matos |

Na nova etapa,
Sofre-se sempre mais um pouco.
Na vida só se destapa,
Todo aquele que é louco.

Louco, sou eu.
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Feliz 2009, uma nova estapa