09:36

Desabafo

Publicada por Jonas Matos |

Sabes, descobri que eu sou tão tu e tu vives só para o teu eu.
Não consigo entender aquelas afirmações que fazes sem pensares no que sinto, no que penso, no que eu hipoteticamente sou para ti.
E se um dia eu te disser que já não vou estar aqui?
Talvez seja do silêncio pavoroso dos meus olhos que nunca me quiseste dar uma resposta simples.
Nem tudo na vida tem um porquê, talvez tenhamos sempre que viver com um mas.
Eu preferia um sim ou um não, sem construções ou justificações.
E se um dia voltarmos a ser aquele que sempre fomos?
Tenho saudades das tardes de verão numa falésia a ver o por do sol por cima do mar. É uma das coisas que fazíamos que eram tão genuinamente nossas.
Hoje não passamos despercebidos um ao outro, sabemos que nos afectamos, mas casmurros continuamos nesta apatia que me entristece cada vez que estou contigo.
Volta, eu perdoou, se já perdoei coisas piores, porque não a ti.
Perdoa-me também.

22:14

Não sei falar de amor

Publicada por Jonas Matos |

Não sei falar de amor.
Apercebi-me hoje ao ver bater a chuva nos vidros que não sei falar de amor. Das duas grandes paixões que tive, guardo delas o melhor, esquecendo o pior por muito mau que me tenha feito.
Apercebi-me que, sem querer, guardo ainda aquele pequeno (e quase mesmo infinito) sentimento de pertença como se ainda, de alguma forma, houvesse algo que fosse ainda meu.
Tenho que me esquecer do que já vivi.
Mais uma vez, ponho-me em causa nos laços de amor.
E eu não sei falar de amor.

22:42

A sós na multidão

Publicada por Jonas Matos |

Por vezes não sabemos o que dizer.
E se não dissermos nada.
Talvez fique o sabor amargo das palavras não ditas e dos sentimentos transparecidos do mar de inverno.

Já o disse várias vezes, há pessoas que me fazem companhia, mas não me tiram a solidão. A culpa não é delas, não é esse espaço que devem preencher em mim, ocupam já um, que me é especial.

É como se estivesse a sós na multidão.